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Fonte: Gazeta do Povo

Os integrantes do Clube do Fordinho
são proprietários dos Ford A
fabricados entre 1928 e 1932


Viagem
Fordinhos pegam a estrada para o Uruguai
Integrantes do Clube do Fordinho do Paraná percorrem diariamente mais de 600 quilômetros


Hoje, 18 automóveis Ford A, ou Fordinho, estão percorrendo os pouco mais de 600 quilômetros que separam Osório de Chuí, no Rio Grande do Sul. Essa é mais uma etapa da viagem que começou ontem, em Curitiba, promovida pelo Clube do Fordinho do Paraná. Os veículos partiram às 6 horas e rodaram 661 quilômetros até Osório.

Cesar Lucio Molitz Allenstein, professor do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), antigo Cefet, empresário e presidente do clube, explicou, antes de sair de Curitiba, que nos dois primeiros dias a viagem seguiria em ritmo mais acelerado. “Não paramos para almoçar. Cada um leva seu lanche e fazemos paradas curtas só em postos”, contou.

 


Fordinhos estacionados em frente ao hotel em Chuí (RS), em 2005




Viagem à Argentina em 2005: chegada ao Uruguai

Segundo ele, essa é a melhor forma de fazer com que a viagem renda, já que os Fordinhos não rodam à noite por questão de segurança. No fim da tarde, quando chegam ao hotel, os motoristas descansam e se alimentam para retomar a viagem no dia seguinte.


Desempenho

Os integrantes do Clube do Fordinho são proprietários dos Ford A fabricados entre 1928 e 1932. São veículos com motor de 4 cilindros, 40 HP, movidos a gasolina, que atingem a velocidade máxima de 80 km/h. Allenstein disse que hoje é possível andar mais rápido, mas eles não abusam. Nas viagens, por exemplo, o grupo segue a uma velocidade média de 70 km/h.

Andando nesse ritmo dá para fazer de 6,5 a 7,5 quilômetros com um litro de gasolina, contou Allenstein. De acordo com ele, a melhor opção para o Fordinho é a gasolina Podium, que tem menor adição de álcool. “Os motores da época eram projetados para trabalhar com gasolina pura”, explicou o presidente do clube.

Em países como o Uruguai e a Argentina, completou Allenstein, a gasolina tem menos mistura, o que é mais um ponto favorável nesta viagem ao território uruguaio. Além disso, os terrenos planos do país vizinho também contribuem para um melhor desempenho dos veículos.

Não é a primeira vez que os integrantes do Clube do Fordinho ultrapassam a fronteira. Em 2005 eles foram para a Argentina. “Essa é uma característica do nosso clube. Não temos os carros só para exposição, mas usufruimos deles. Fazemos passeios e viagens com regularidade”, disse Allenstein.

Companhia

Como a velocidade desenvolvida pelos Fordinhos na estrada não é tão alta, existe uma preocupação do grupo de não interferir no movimento das rodovias, formando grandes comboios. Por isso, eles andam em grupos de três a quatro automóveis. “Nos comunicamos por rádio e nunca deixamos um carro sozinho. Se alguém tiver alguma dificuldade, todos param”, contou o presidente do clube.

Em cada carro sempre vai mais de uma pessoa. Normalmente viajam casais, de acordo com Allenstein. Ele, nessa viagem, não foi com a esposa porque ela tem compromissos em Curitiba. Viajou com um amigo, professor de Química aposentado que também tem um Fordinho, mas não se arrisca em viagens longas no volante.

Lugar para a bagagem não falta, garantiu Allenstein. Segundo ele, os carros têm bom espaço e alguns contam, ainda, com um baú na traseira. Outros – como o carro dele – têm bagageiro sob o assoalho. E para garantir uma viagem ainda mais tranquila, os Fordinhos contam com o GPS, equipamento que quando o modelo foi lançado, no início do século passado, não fazia parte nem dos sonhos dos motoristas.

 






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