Hoje, 18 automóveis Ford A, ou Fordinho, estão percorrendo os pouco mais
de 600 quilômetros que separam Osório de Chuí, no Rio Grande do Sul.
Essa é mais uma etapa da viagem que começou ontem, em Curitiba,
promovida pelo Clube do Fordinho do Paraná. Os veículos partiram às 6
horas e rodaram 661 quilômetros até Osório.
Cesar Lucio Molitz
Allenstein, professor do curso de Engenharia Mecânica da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), antigo Cefet, empresário e
presidente do clube, explicou, antes de sair de Curitiba, que nos dois
primeiros dias a viagem seguiria em ritmo mais acelerado. “Não paramos
para almoçar. Cada um leva seu lanche e fazemos paradas curtas só em
postos”, contou.
|
Desempenho
Os integrantes do Clube
do Fordinho são proprietários dos Ford A fabricados entre 1928 e 1932. São
veículos com motor de 4 cilindros, 40 HP, movidos a gasolina, que atingem
a velocidade máxima de 80 km/h. Allenstein disse que hoje é possível
andar mais rápido, mas eles não abusam. Nas viagens, por exemplo, o
grupo segue a uma velocidade média de 70 km/h.
Andando nesse ritmo dá
para fazer de 6,5 a 7,5 quilômetros com um litro de gasolina, contou
Allenstein. De acordo com ele, a melhor opção para o Fordinho é a
gasolina Podium, que tem menor adição de álcool. “Os motores da época
eram projetados para trabalhar com gasolina pura”, explicou o presidente
do clube.
Em países como o Uruguai
e a Argentina, completou Allenstein, a gasolina tem menos mistura, o que
é mais um ponto favorável nesta viagem ao território uruguaio. Além
disso, os terrenos planos do país vizinho também contribuem para um
melhor desempenho dos veículos.
Não é a primeira vez
que os integrantes do Clube do Fordinho ultrapassam a fronteira. Em 2005
eles foram para a Argentina. “Essa é uma característica do nosso
clube. Não temos os carros só para exposição, mas usufruimos deles.
Fazemos passeios e viagens com regularidade”, disse Allenstein.
Companhia
Como a velocidade
desenvolvida pelos Fordinhos na estrada não é tão alta, existe uma
preocupação do grupo de não interferir no movimento das rodovias,
formando grandes comboios. Por isso, eles andam em grupos de três a
quatro automóveis. “Nos comunicamos por rádio e nunca deixamos um
carro sozinho. Se alguém tiver alguma dificuldade, todos param”, contou
o presidente do clube.
Em cada carro sempre vai
mais de uma pessoa. Normalmente viajam casais, de acordo com Allenstein.
Ele, nessa viagem, não foi com a esposa porque ela tem compromissos em
Curitiba. Viajou com um amigo, professor de Química aposentado que também
tem um Fordinho, mas não se arrisca em viagens longas no volante.
Lugar para a bagagem não
falta, garantiu Allenstein. Segundo ele, os carros têm bom espaço e
alguns contam, ainda, com um baú na traseira. Outros – como o carro
dele – têm bagageiro sob o assoalho. E para garantir uma viagem ainda
mais tranquila, os Fordinhos contam com o GPS, equipamento que quando o
modelo foi lançado, no início do século passado, não fazia parte nem
dos sonhos dos motoristas.
|