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Fords Modelo A deixam a usina com ar retrô

06/05/2013 | 13h47

Na tarde de sexta-feira (3), cerca de 20 automóveis antigos trouxeram à binacional o glamour dos anos 20. O Clube do Fordinho, em Foz desde quinta-feira, veio com seus bólidos para uma Visita Panorâmica, ao som de buzinas roucas e embalados pelo ronco potente de seus motores. Participantes das regiões Sudeste e Sul do Brasil, além de associados de Buenos Aires, uniram-se a colegas argentinos e passearam pelo Mirante Central e pelas cotas 225 e 144, chamando a atenção de quem estava por ali.



O pessoal do Clube do Fordinho enfileirou seus carangos na Barreira de Controle antes de partir, chamando a atenção de todos que entravam na usina.


Alguns aguardavam para ver o carrão do colega Ronaldo Duarte, da Divisão de Manutenção Mecânica de Unidades Geradoras (SMMU.DT). Seu Modelo A, de cor marrom, puxava a fila das raridades, abrindo o charmoso desfile. “Eu tenho meu 'Fordinho' desde que me entendo por gente,” explicou Ronaldo. “Tomei gosto por mecânica começando a mexer em carros antigos.”



O Fordinho marrom de Ronaldo veio puxando a fila.


Já os que vieram de longe, aproveitavam a paisagem de Itaipu. Arold Power veio de Buenos Aires com seu modelo de 1928, parecido com o que usava A Quadrilha de Morte, do desenho Corrida Maluca, da Hanna Barbera. “Eu já tinha vindo antes, mas me espantou ver o crescimento de Foz neste intervalo de 15 anos,” comentou.



As belezinhas estacionadas lado a lado. No carro argentino,
o volante fica do lado direito.



De dentro do País, Edison Dorigatti foi quem mais rodou para chegar à usina – mil e trezentos quilômetros em dois dias de viagem, vindo de Itapira, cidade próxima a Campinas, interior de São Paulo. Seu Ford 1930, restaurado completamente por ele, aguentou o tranco. “Adoro os carros, mas prefiro os encontros. A cada evento desse, faço 20 ou 30 novas amizades.” Edson tem uma história curiosa com Itaipu: quase veio trabalhar como topógrafo durante a construção da usina, mas desistiu na última hora. “Tive medo de ficar longe da família,” explicou.



Arold (esq.) e Edison(dir.) enfrentaram dias de estrada com seus fordinhos.
O primeiro veio de Buenos Aires e o segundo veio de Itapira, São Paulo.



De gângsteres a novelas O automóvel Ford Modelo A foi produzido de 1928 a 1932, como um substituto para o primeiro carro da marca, o Ford T. Por ter enfrentado a Grande Depressão, durou menos que deveria, mas ainda assim, tornou-se um ícone da época; seus modelos conversíveis inspiravam o glamour e o charme de Hollywood, enquanto o convencional foi notabilizado por servir de carro de fuga para o famoso casal de ladrões da década de 30, Bonnie e Clyde. Mesmo após 80 anos, o Ford A ainda chama atenção por onde passa. Os componentes do Clube do Fordinho confessam que são procurados para aluguel do veículo, desde casamentos a aparições em novelas de época – sinal de que seu charme ainda perpetua.



O passeio dos Fords Modelo A trouxe um charme retrô à Itaipu.




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