Fonte: CLUBE DO FORDINHO DO PARANÁ
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O ponto de partida é muito importante. Tudo começa bem se você consegue distinguir um bom carro, mas o importante para nós do Clube do Fordinho- Pr é que este carro seja um Ford modelo A, e que tenha sido fabricado entre 1928 e 1933.
No presente caso, o proprietário ,Prof César Lucio M. Allenstein colocou como objetivo maior possuir um carro deste tipo. Aliando os fatos de ter formação em mecânica, também sendo mestre em engenharia de materiais, e acreditar que com vontade, tudo o que se almeja é possível de ser alcançado, o Professor César Lucio saiu à procura do tão sonhado Ford modelo A. Podia ser qualquer modelo, um Phaeton, uma Roadster – (baratinha), ou uma Pick-Up, ou até um Tudor, sendo este último mais raro e de difícil localização.
Em 2003, esteve no Uruguai, observando muitos carros, identificando possibilidades, mas ao analisar a burocracia envolvida na importação, desistiu.
Em janeiro de 2004, finalmente planejou uma semana dedicada a seleção e compra do fordinho. Após exaustiva pesquisa em revistas especializadas identificou algumas preciosidades, e o itinerário escolhido foi o Sul do país. passando por Santa Catarina e por fim chegando a Porto Alegre.
Foi em Porto Alegre que pôde encontrar alguns e escolher o Ford Tudor, objeto desta reportagem.
Tratava-se de um carro que tinha sido pintado há aproximadamente 25 anos, que mantinha grande originalidade, isto evidenciado inclusive pela ainda presença de freios mecânicos e uma estrutura boa. Fato que o impressionou foi que ao bater na partida, o fordinho pegou de imediato.
Estava com bateria nova e o motor funcionando. O acabamento de pintura e o estofamento eram de um carro que fora utilizado no dia a dia. Não foi preciso rodar com ele pois uma certa simpatia já estava no ar, e na seqüência as negociações tomaram lugar e a compra foi concretizada. O preço é segredo.
A partir daí, todo um trâmite a ser feito, documentação, o carro ainda estava com placa amarela, o proprietário não encontrava os documentos, e então toda uma burocracia tomou lugar até que a documentação fosse regularizada no Detran de Porto Alegre, inclusive com a aquisição de uma placa privilegiada. As fotos que seguem apresentam o carro como adquirido.
Enfim o Ford foi transportado para Curitiba, mas isto já era abril de 2004.
Agora em casa, com ajuda dos amigos experientes do Clube do Fordinho-Pr, notadamente do eng.º Raul Beltrami, foi dada a partida do restauro, cuja metodologia é apresentada a seguir:
1- Revisão intensiva na mecânica foi o que ocorreu nos meses de maio e junho. Vide fotos que seguem.
Esta metodologia objetiva fazer com que o carro entre em uso, que a revisão mecânica seja feita sem grandes preocupações com a pintura, assim se trabalha mais à vontade para remover todos os defeitos da mecânica, e permitir que o carro já comece a servir em passeios.
Nesta fase também se aprende a conhecer o carro, seus pequenos defeitos e a prepará-lo para entrar em restauro da lataria e pintura.
Nesta etapa também se providenciam as peças de reposição, os acessórios, a troca das rodas se necessário, e sempre é necessário ... etc.
2- Colocar o carro em uso.
Em junho de 2004, o Ford já estava nas ruas, e rodando muito bem. Já participava de alguns passeios do clube os meses que se seguiram foram de pura satisfação e aprendizado, mais alguns reparos na parte elétrica, motor de arranque, dínamo e ainda no painel com o velocímetro sendo substituído por outro restaurado nos Estados Unidos.
Quando se fala de aprendizado entenda-se como um conjunto de etapas, desde a seleção das peças nos catálogos de importação até a construção, partes como por exemplo os adaptadores das velas, proporcionando ao carro ganho de potência, manutenção da aparência original, e o que é melhor ainda, o uso de velas nacionais e de baixo custo. Foram desenvolvidas arruelas cônicas para a fixação das rodas, evitando que a parte de encosto das porcas na roda fiquem danificadas. Tudo isto representou ganho de conhecimento e troca de experiências com os colegas do Clube, que diga-se de passagem tem como filosofia a ajuda mútua e a melhoria constante dos carros.
O que distingue este modelo de carro entre os demais, considerados de coleção, está no fato que podemos adquirir tudo o que precisamos, temos no mercado Americano e também em nosso país, uma grande oferta de peças que permitem manter estas raridades andando.
Seguindo estes passos, as fotos acima representam como esteve o carro nos meses de setembro e outubro de 2004. O Ford estava cada vez melhor, andando muito bem, mas com um porém: a estrutura de madeira passou a apresentar um processo intensivo de deterioração, fato que precipitou uma intervenção muito maior, desta feita, para o restauro da lataria e da pintura.
3- O começo do restauro da lataria e da pintura:
As fotos apresentadas a seguir mostram como ficou o carro a partir do início do restauro em 3 de novembro de 2004 e terminando em maio de 2005. Observem como foi executado o trabalho. As fotos são auto explicativas.
4- Os serviços de restauro, os trabalhos na madeira e na lataria, serviço de dezembro de 2004.
Acreditamos que estamos enriquecendo a cultura automobilística deste nosso Brasil.
Cesar Lucio Molitz Allenstein MSc.
FICHA TÉCNICA
MODELO: FORD “A” TUDOR
CAPACIDADE: 5 PASSAGEIROS
CONSTRUÇÃO: CHASSIS EM AÇO CARBONO, CARROCERIA EM AÇO COM PARTE ESTRUTURAL INTERNA EM MADEIRA.
MOTOR: 4 CILINDROS, 2, 8 LITROS: COM ARREFECIMENTO A ÁGUA. Anexa.
CAIXA DE TRANSMISSÃO: 3 MARCHAS PARA FRENTE E RÉ, ACIONAMENTO MANUAL.
POTÊNCIA: 40 HP - ver curva de potência anexa.
VELOCIDADE: 60 Mph.
RODAS: aro 21.
LIMPADOR DE PÁRA-BRISAS A VÁCUO
PESO: 1062 kg.
Não possui bomba de gasolina, o carburador é alimentado por gravidade a partir do tanque de combustível que fica abaixo do pára-brisas.
BATERIA: 6 VOLTS
SUSPENSÃO: DOIS FEIXES DE MOLAS BALESTRA TRANSVERSAIS EM CADA EIXO, COM AMORTECEDORES
PROJETO: 55 A
CONSTRUÍDO EM DETROIT EM 1929, COM ENTRADA NO BRASIL EM 28/11/29.
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